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Primeiro Soco

by Inomináveis

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1.
De dia ou de noite, de tarde ou de manhã Temos que aguentar os escravos do Tio Sam Eles nos iludem, eles manipulam E a opinião pública é o que eles estipulam Servindo os poderosos e seus próprios interesses Podem mudar todo o cenário um milhão de vezes Cuidado com a mídia, não fique distraído Pois o que ela quer é te virar contra o oprimido Cuidado com a mídia, sempre preste atenção Eles farão de tudo por mais uma concessão Não se deixe enganar seja Plim-Plim ou SBT Pois o que eles querem é escravizar você E os jornais burgueses querem a sua servidão O que eles conseguem com a alienação Não temos liberdade nem em ondas médias Porque eles precisam segurar as nossas rédeas Cuidado com a mídia, não fique distraído Pois o que ela quer é te virar contra o oprimido Cuidado com a mídia, sempre preste atenção Eles farão de tudo por mais uma concessão Na hora da novela você vai relaxar E os seus costumes eles também vão ditar Programas de humor são bem padronizados: Racistas, homofóbicos, machistas, recalcados Até o narrador de futebol é inimigo Porque o torcedor para ele é o perigo Cuidado com a mídia, não fique distraído Pois o que ela quer é te virar contra o oprimido Cuidado com a mídia, sempre preste atenção Eles farão de tudo por mais uma concessão Desligue a Tv, não compre o jornal Boicote o poder que só quer o nosso mal Procure alternativas para a informação Porque essa é a única arma contra a manipulação
2.
Batalhões de pobres que foram escravizados, Que servem pra manter a ordem do Estado. Sempre desconfio da sua corporação Com essa filosofia que é só repressão. Herança da ditadura em nossa sociedade. A sua função é cercear minha liberdade. A nossa agonia: a Polícia mata pobre todo dia. Só impõem o terror. São juiz, júri e executor. A Mídia exalta, diz que a profissão é nobre, Mas a tal bala perdida só acontece em bairro pobre. Se tentar protestar, eles vão estar lá; Pra defender boneco, eles vão te espancar. Se quiser andar de carro, é melhor estar no padrão, Porque vão te matar se não for branco, não. A nossa agonia: a Polícia mata pobre todo dia. Só impõem o terror. São juiz, júri e executor. São juiz, júri e executor. São juiz, júri e executor.
3.
Extermínio da juventude pobre, preta e favelada Tem trabalho infantil. Não é liberdade, é cilada Tem assassinos fardados Cães de guarda do Estado E comércio de recurso natural A serviço do capital Com carinho ao capital Nossa luta sem final Meu trabalho abstrato Sua política de Estado Só cresce nossa miséria Violência isso gera Com carinho ao capital Nossa luta sem final Racismo, machismo, homofobia Desumaniza! Desumaniza! Nacionalismo, escravidão e xenofobia Desumaniza! Desumaniza! Com carinho ao capital Nossa luta sem final
4.
O burguês 03:19
O burguês é bem bonzinho Ele que me dá emprego E enquanto eu só me fodo Ele fica no sossego O burguês é muito esperto Manja um monte de idioma Pena que não sabe ao certo Lavar, passar e usar goma O burguês é bem bonito Ele faz academia Triste é que ele não tem forças Pra trampar na olaria O burguês é refinado Ele só come do melhor E eu pra não passar fome Cheiro cola e uso pó O burguês sempre solícito Se preocupa com o mendigo Mas se eu peço no farol Ele sempre fecha o vidro O burguês, sempre alinhado Respeita todas as culturas Mas quando ameaçado Clama pela ditadura O burguês é um maldito Que não liga pra ninguém Só faz abafar o grito Dos que dinheiro não têm O burguês é um parasita Que vive às nossas custas Ele torna as nossas vidas Pouco a pouco mais injustas
5.
Bolsonazi 02:17
Conservador é o meu saco Você não passa de mais um facho Tem idiota te chamando de mito Você é só um racista maldito Suas palavras são de opressão Seus seguidores não passarão Prega por aí a homofobia Corrompe quem tem a cabeça vazia E é por isso nossa homenagem A tão desastrosa imagem Essa canção é pra você Oh, Bolsonazi, vá se foder
6.
Não quero crer que sou só eu Que acha isso um absurdo É só o ser humano Que paga pra viver no mundo Desde a concepção Nós temos que gastar Pra esse maldito sistema Se movimentar Quando crianças nos doutrinam: Felicidade é consumir Que sem ter dinheiro Não podemos existir Não quero crer que sou só eu Que acha isso um absurdo É só o ser humano Que paga pra viver no mundo Quando adultos somos postos Em algum trabalho Não existe gente séria Que não ganhe salário Nem na hora de comer Nós podemos ter paz Pois nós somos informados Não existe almoço grátis Não quero crer que sou só eu Que acha isso um absurdo É só o ser humano Que paga pra viver no mundo Quando envelhecemos No auge da senilidade E já não temos forças Pela avançada idade Não podemos descansar Antes do sono profundo Porque o príncipe decretou: Que aposentado é vagabundo Não quero crer que sou só eu Que acha isso um absurdo É só o ser humano Que paga pra viver no mundo
7.
Rejeitados 01:49
Moleque de rua Sem mãe e sem pai Trombadinha, trombadinha Pra não passar fome baforar ele vai É um noia, é um noia Pede um trocado E a grã-fina não dá Seu mendigo, seu mendigo Pra comer hoje Vai ter que roubar Que perigo, que perigo Um rejeitado pela sociedade Esperam que ele siga todas as leis Se é pra excluir que seja de verdade Porque elas só favorecem vocês Saiu da Febem Sem perspectiva Maculado, maculado Sua diversão É cannabis sattiva Um drogado, um drogado Pra sobreviver Agora anda armado Assaltante, assaltante Depois de rendido Ele foi baleado Mais um corpo, mais um corpo Um rejeitado pela sociedade Esperam que ele siga todas as leis Se é pra excluir que seja de verdade Porque elas só favorecem vocês
8.
Não adianta pisar Na cabeça do seu irmão Não vão te considerar Como se fosse um barão Nem adianta explorar Um outro proletário Achando que isso assim Vai dignar seu trabalho A culpa é da educação Paulo Freire já alertou Se hoje você é oprimido Amanhã será opressor Não adianta enganar Quem em ti pôs confiança Pois é a pisada de bola Que vai ficar na lembrança De que vale a soberba Com quem assim pode ser? Se quando com seu patrão As botas passa a lamber A culpa é da educação Paulo Freire já alertou Se hoje você é oprimido Amanhã será opressor
9.
Explorado toda hora. Só querem sugar meu sangue. Mas no bar eu viu à forra; Não há nada que estanque. Elas sempre me dão abrigo, Mesmo quando na pior. Sempre tem um copo-amigo Pra deixar tudo melhor. Pra aguentar a vida dura: Malte, lúpulo e levedura. Antes que o tédio assalte: Lúpulo, levedura e malte. E pra de tudo melhorar o sabor: Levedura, malte e lúpulo. Antigamente eu vivia Sem beber nenhuma gota. Era uma vida vazia Sem cerveja na minha boca. É claro que existem outras coisas, A vida não é só cerveja. Mas quando eu tomo elas Tudo fica uma beleza. Pra aguentar a vida dura: Malte, lúpulo e levedura. Antes que o tédio assalte: Lúpulo, levedura e malte. E pra de tudo melhorar o sabor: Levedura, malte e lúpulo. Outro dia encontrei um velho, Desses que são moscas de bar, Que tem o rosto vermelho, Mas passou a me falar: "Com cerveja e com cachaça Gastei metade de tudo que tinha. Acredites se quiseres, A outra parte é minha agonia.". Pra aguentar a vida dura: Malte, lúpulo e levedura. Antes que o tédio assalte: Lúpulo, levedura e malte. E pra de tudo melhorar o sabor: Levedura, malte e lúpulo. Pra aguentar a vida dura: Malte, lúpulo e levedura. Antes que o tédio assalte: Lúpulo, levedura e malte. E pra de tudo melhorar o sabor: Levedura, malte e lúpulo.
10.
A Vingança 02:05
Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Pra descontar as horas que ele me explorou: Vou passar o pau no mouse, gozar no monitor. Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Eu quero cagar na mesa do meu chefe! E pra compensar quando eu fiquei a mais: Vou gorfar em sua gaveta, limpar a bunda no fax. Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Roubar de sua marmita o seu contra-filé, Divulgar as suas senhas, mijar no seu café. Eu quero cagar na mesa do meu chefe! Eu quero cagar na mesa do meu chefe! E pra terminar de ser o seu algoz, Vou pegar a minha bunda e tirar xerox.

about

Nosso primeiro disco é nosso primeiro soco contra toda opressão gerada por esse sistema maldito que domina o Planeta Terra.

credits

released July 13, 2018

Gravado e mixado no estúdio Caffeine.
Arte da capa por Rafael Guimarães de Andrade.

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Inomináveis São Paulo, Brazil

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